domingo, 22 de agosto de 2010

Eu fico com o sei lá, no talvez, no não sei... [não há de ser grave, só clave] *-*

domingo, 8 de agosto de 2010

A concepção da realidade é moldada por valores morais adquiridos durante a formação social do indivíduo, fazendo-o desenvolver o conceito de certo e errado, a partir de verdades impostas pelos agentes socializadores. a esses valores impostos à sociedade, em favor dos que dominam, a fim de controlar suas ideias e atitudes, além de justificarem as contradições sociais, dá-se o nome de ideologia.

Através da imposição, a ideologia molda o pensamento da sociedade, controlando-a a partir da educação e da ideia de moralidade, penetrando em sua visão de mundo, de realidade, conceitos estes erguidos através da formação social do indivíduo. Assim, o poder ideológico a conduz a seguir os interesses próprios de quem domina, tornando as desigualdades e a própria subordinação como sendo coisa natural e, pior ainda, necessária, correta.

Essa naturalização das contradições sociais, das desigualdades, da subordinação existentes na sociedade é interessante para os que dominam. Pois, quando as pessoas se permitem impregnar pela ideologia, aceitam tudo como natural e inquestionável, portanto não desenvolvem o pensamento crítico em relação ao que está sendo imposto, entregam-se, assim, aos agentes controladores.

É importante que, por mais vulnerável que pareça estar-se às tantas ideologias impostas, regentes da sociedade, desenvolva-se um pensamento crítico, faça-se uma reflexão sobre tudo que está sendo imposto. A partir da reflexão pessoal, é possível perceber as contradições mascaradas pela ideologia e, assim, desenvolver a própria ideia e visão de mundo, desenvolver, pois, um pensamento mais independente.

[dissertação em aula]

sábado, 7 de agosto de 2010

Estranhamente, hoje senti saudades daquela camisa de time, listrada de preto e vermelho, vindo em minha direção, enquanto eu, recostada na cerca de ferro e olhando para o nada, ajeitava meus fones de ouvido, envolvida pela música, no meu vestido xadrez. Tremi, intrinsecamente, em seu abraço, disfarçando o tom que enrubescia meu rosto, tímida. Mas segui junto. Segui.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

E vi o prédio. Meio que inesperadamente. E, no reconhecimento, emoção. Foram tantas as coisas ali vividas. Aprendi além. E, enquanto eu contemplava lembranças a partir daquela paisagem, que pra mim estava carregada de significado, as pessoas ao redor não conseguiam entender o que fazia uma garota sozinha, parada, olhando para o nada.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

— Mas por que essa ansiedade toda?

— É uma ansiedade contida. Faz tempo que não me há o que esperar. Como um primeiro dia. É. Os dias têm sido todos ferozmente iguais. As novidades estão se guardando. Eu estou bem assim, ironia ou não. Mas ainda é como se faltasse algo. Falo de novos ares. Um primeiro dia de aula, digamos. Apresentar-se. Conhecer o novo. Aprender novas coisas. Ir mais além. Descobrir surpresas. Porque, sim, eu sempre gostei dos primeiros dias de aula, na época do colégio. Mas ultimamente não tenho tido coisas assim. Ao menos não ainda. Tem me sido um saco o último ano. Talvez eu melhore quando entrar na faculdade e, finalmente, me houver um primeiro dia. Um dia surpresa. E essa ansiedade se esvaia, seja consumida.

— Eu poderia te dar um primeiro dia e participar de tua ansiedade. Consumí-la junto a ti.

— Mesmo? E como seria?

— Tu poderias ter um primeiro dia como minha. Te encantaria esse?

— Ah, não sei. Encantar, encantaria. Mas só aceitaria se não fosse apenas um primeiro dia. Que, depois dele, houvesse mais milhões de infinitos dias. Não me leve a mal, mas prefiro conter minha ansiedade, continuar na segurança de meu mundo, no caso de não ser assim... Uma dose não me basta, entendes? Aliás, talvez eu não precise que me entendas. Mas, sim, que me sintas, que queiras me sentir.

— Entendo, entendo sim. De verdade.

— Que me dizes?

— Eu digo que te sinto, que quero te sentir. Quero te encantar nesse primeiro dia. Nos dias mais. Quero te tirar da segurança de teu mundo, pois o meu já não é o mesmo sem te ter. Então sairíamos de nossos mundos, numa fusão deles, transmutando-os para um que fosse só nosso. Uma dose não basta. Não nos basta. Então, aceite. Me aceite. Seja minha.

— Aí, então, quê seríamos nós?

— Seríamos nossos. De um nosso inefável. Um nosso qualquer encantado.

— Sejamos nossos, então. Porque tu, meu, já me encantas...

Queria tuas mãos suadas e um frio em tua barriga, um arrepio, ao imaginares minha presença, uma, digamos, reciprocidade de leve.

Não é pedir muito, é?
Avista-se a capa, o título. Lê-se a sinopse. Interessante. Sente-se o cheiro do desconhecido, de livro novo, atração pela escrita, pelas páginas ocultas. E abre o livro. Vem o prefácio. As apresentações, os desejos iniciais. Folheia minuciosamente. Ler com calma, mesmo querendo seguir depressa. Cada avançar de páginas, descobertas, sem previsões. E se vai lendo, relendo, paginando... Sentindo, entrando, deixando-se invadir. Um desejo de avançar mais. A cada letra, uma forma. A cada palavra lida, uma sensação. E se vai lendo, relendo, paginando... Extraindo das palavras sentido, formas, universos. Das letras, a sensação de fala. Comunicação. Vontade de não parar, folhear mais e mais, descobrir cada linha, invadir as entrelinhas, explorar os parágrafos. E se vai lendo, relendo, paginando... A criar universos do dito, e do não-dito, identificando-se. E se avança mais, explora mais, aprecia. Deixa-se discorrer, sentir o capítulo. Repaginando ao se perder. Cria-se uma ligação, um apego. E, a cada releitura do todo, uma nova percepção, mais profunda, mais íntima. Um novo olhar sobre o infinito, a quebrar horizontes. E se vai lendo, relendo, paginando... Deixa-se cativar. Encanta-se mais e mais. Identifica-se mais e mais. Apaixona-se.

A gente poderia se ler. Paginando e repaginando...