quinta-feira, 3 de novembro de 2011


Assim que a guapita pôs os olhos no guapito, que estava alí por perto, tombou in love e não soube bem o que fazer. Quis se aproximar. Ele estava escrevendo. Fotografou, desenhando com a luz, suas formas em segredo. Chegou perto, ofereceu um café, puxou assunto. Quis raptá-lo. Pegou-o pela mão e o conduziu, em direção a qualquer lugar, a ela mesma, ela mesma a ele; raptou-o sem planos, num impulso descontrolado e urgente. Improvisando. E, ainda que não soubesse, embora houvesse sentidos sem que pudesse refletir, também estava sendo raptada por ele: por seus olhos, seu sorriso, seu toque, sua presença. Pelo cheiro do qual não conseguia mais se desligar.

- Raptos não declarados pela urgência dos apaixonados.

E se raptaram felizes.
(O para sempre é relativo, mas "sempre" pode ser uma felicidade que preenche, fazendo com que se queira ficar "sempre" junto, porque se enlouquece de saudade à mínima distância. Talvez isso influencie na fama de loucura que os apaixonados carregam. Talvez não seja apenas fama-boato. Talvez enlouqueça mesmo. Uma loucura desejada. Uma loucura tão louca que não se quer mais largar, tanto do outro, quando da loucura pelo outro.)
Felicidade. E já a havia, entre os guapitos, no simples ato de darem as mãos um ao outro, o eu ao outro, um inteiramente para o outro, quierendose mucho.