segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Dimólogo

Através das nuvens, enquanto voava por lá, avistei um alguém diferente de todos já vistos por mim. Era uma senhora.
Ela tinha uma luz especial em seu semblante de criança, sendo que já muito velha.


Curiosa, dirigi-me a ela e perguntei: - És real?

E ela arrematou: - Por que não seria? Sou como você. Você se julga real?

Nesse momento parei. Pensei. Cansei. E lhe respondi: - Eu me julgo real. Mas não, você não é como eu. Olhe para mim, estou um tanto perdida por aqui, não sei ao certo onde estou indo. Minha vida já não está mais a mesma, os caminhos estão tão difíceis lá na superfície que decidi vir por aqui. Não agüento mais aquele sistema que reina por lá. Não consigo entender como alguém tem coragem de se vender por dinheiro. Todos acham que têm direito de opinar em sua vida, principalmente quando isso não ajudará a evoluir e em nada. É uma falta de amor que você nem imagina... Já esteve por lá?

Fixamente, ela me olha e ,expressando certo sorriso, me pergunta: - Já, já... Mas diga-me, você se acha igual aos seres de lá de onde você veio?

Eu, que achava já ter dito, respondi que sim, e afinal que somos todos produtos do meio.

E, agora realmente sorrindo ela me disse: - Não, não és igual. Olhe bem, você pode ter se originado nas mesmas condições, mas você se diferenciou... Escolheu seguir por um caminho diferente e totalmente inusitado para os outros. Você ainda acredita no amor. Isso é perceptível em você.

Mais confusa do que antes, perguntei-lhe por que ele achava isso, se eu ainda me sentia um tanto que sem função nesse mundo...
Foi aí que pacientemente ela me contou uma história...


“Está vendo aquela árvore lá em baixo, aquela menor e um tanto amarelada? Preste atenção. Ela está no meio de outras maiores. Há uma chance de não sobreviver... Mas ela está tentando. Ela nasceu. E isso já é um grande começo. E não foi por acaso. Ela nasceu com um propósito. Existe certa espécie de ave que faz seu ninho nela, apenas. Sem essa ave as plantas maiores não conseguiriam espalhar suas sementes. Logo essas árvores grandes e vigorosas dependem diretamente da existência dessa pequena árvore, aparentemente sem valor algum.”


E continuou: - Isso te faz refletir?

-Muito! – Respondi mais feliz. - Mas acontece que não sei em que sou útil. Mas deixa pra lá... Acho que você não vai entender... – Disse-lhe.

Ele me olhou e nesta hora falou: - Sou como você e vim de onde você veio. Eu escolhi mudar, seguir um caminho meu. Estava dopada em meio a tanto desamor e falta de fé. Mas foi quando tive uma iniciativa de vir pelas nuvens que tudo mudou... Conheci a paz celeste e descobri que é tudo uma questão de ponto de vista. Que o mundo pode não está bom, mas ele não é ruim. Quem faz o lugar são as pessoas. E não se deveria querer mudar o mundo e sim as pessoas... Eu te digo, tente! Nada está perdido até que você esteja incapacitada de expressar suas idéias. Acredite em mim... O meio é produto do homem!

Um tanto pensativa, por Ela conseguir tão facilmente ler meus pensamentos, eu lhe falei:- É incrível como a senhora me lê através de meus olhos... Fascinante! Eu disse que não eras real!

Foi aí que ela me chocou, no bom sentido, dizendo: - É porque você mesma se conhece, você sabe o que se passa em você, mesmo que num momento do passado... Você sempre se lembra dos seus verdadeiros pensamentos... Ou você acha que viverá pouco? Sua função para esta humanidade é tão singular quando a da pequena árvore da história que lhe contei. Sua não, nossa!

A completar-se

É preciso muito mais que um beijo, muito mais que um momento. É preciso buscar seu complemento. E este não se vê com os olhos de nosso corpo biológico... Não se toca... Apenas se sente e enxerga com os recursos da alma. E é isso que faz com que nossos dias sejam completos. É isso que preenche o vazio que as futilidades e o desejo desesperado de suprir a carência nos leva a cometer.

É isso, em busca do outro plano, da outra face, da outra metade.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Já parou pra pensar nisto?

Um rapaz procurou Sócrates e lhe disse que precisava contar algo sobre alguém. Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou: O que você vai me contar já passou pelas três peneiras? Três peneiras? Sim.

A primeira é a verdade. O que você quer contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer por aí mesmo. Suponhamos então que seja verdade. Deve então passar pela segunda peneira: a Bondade. O que você vai contar é coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade. É coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a Necessidade . Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta? E arremata Sócrates: Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, você e seu irmão iremos nos beneficiar.

Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.

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Se todos passassem pelas três peneiras, certamente não haveria tanta discórdia sem sentido neste mundo...

...

"Amor não é se envolver com a pessoa perfeita,aquela dos nossos sonhos.Não existem príncipes nem princesas.Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser." (Mario Quintana)