terça-feira, 13 de julho de 2010

Uma dose de amnésia, por favor!



Ela estava sonhando, ok. Mas era um sonho a dois, ou apenas ela podia ver, sentir?

De verdade, estou na dúvida. E não há nada mais angustiante, deprimente, sofrível, pertubardor, letal, pra mim...
Da dúvida, o medo de fazer tudo errado. De, pior, entender tudo errado. Por que assim? Como se pode fazer? É tão estranho.
Ora, parece ser, ora não. E a dúvida, digo sem medo, é pior que a recusa. Como pode ser?
Achei tão diferente e lindo, que esqueci de perceber se era real. Novidade mais perversa de se deixar feliz, sem cuidados, precauções. Uma atitude que eu nunca tive, que é o se envolver, deixar-se envolver. Foi mais forte do que eu, não resisti...
Não sabia que eu era assim, que poderia me permitir ser assim. Achava-me mais racional, confesso. Mas, de uns tempos pra cá, tenho sido emotiva e mostrado livremente minha alma. Eu não concordaria com isso antes de você. É absurdo. Mas pensei que pudesse ser diferente. Aliás, parecia-me diferente, sincero, avesso a essas relações doentias e fracas que eu tanto tenho testemunhado por aí -- e que tanto tenho repulsa. Era você. Não, era eu e você.
Surgiu literalmente ao acaso, sem mais. E bangunçou minha mente, minhas entranhas mais profundas, me consumiu. E eu não pude fazer nada. Nem tentei reagir. Deixei-me levar pela melodia suave e sedutora, atraente, leve, forte... Deixei-me levar pela tua imagem, por como você conseguiu, como nunca antes ninguém, me envolver delicadamente. E isso me fez tão feliz que eu acreditei ser realidade, ser possível. Nunca havia sorrido com tanta vontade, felicidade, pensando em alguém. Nunca meus olhos haviam brilhado assim, nem, menos ainda, tinha me visto tão tímida e medrosa perto de alguém, sem palavras. E pensei pela primeira vez que o indefinível pudesse estar a me sorrir, a me acenar. Um qualquer coisa incrível, que foi surgindo e surgindo, do tipo que te deixa flutuando e você nem acredita que poderia ser possível existir algo assim, tão inefável, e, principalmente, acontecer pra você... É. Talvez não tenha sido como pensei e, consequentemente, não tenha sido comigo. "Por que achei que teria essa sorte?"
Mas agora, me parece ser só eu aqui. Só você aí, de longe, sem nenhum envolvimento. De qualquer forma, estou aqui, como sempre estive nesse tempo que vivi: eu, comigo, com um toque de indiferença e apego contido.

[Não sei se estou entendendo errado também, pode ser. Como já disse, a dúvida é cruel. Talvez seja essa melancolia que insiste em fazer parte da minha TPM, ou não. Ou talvez, ainda, seja esse meu medo incrível de ser enganada, mesmo que por mim mesma. Vai saber...]

1 Comentários *=):

Myrelle Avelino disse...

mto bonito amiga, eu fico até envergonhada de mostrar meus textos a você...
adoro seu jeito de se expressar!
bju *-*

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